Olá gente linda! Tudo bem com vocês, né?
Pois é, estamos iniciando hoje uma série de entrevistas pra lá de especiais, com pessoas do Brasil inteiro. E o nosso primeiro entrevistado é ele: Pedro Mesquita!
O jovem garoto tem 23 anos, é gay, cursa o 5º período de Jornalismo e reside em São Luis/MA.
Confira a nossa entrevista.
Prince: Conte-nos um pouco da história da sua vida, desde o dia que percebeu sua sexualidade até os dias de hoje.
Pedro: Então, desde criança percebi que não era “igual” aos meus amigos. Eles queriam ficar sempre em grupos compostos apenas por meninos, gostavam de jogar futebol, vídeo games e falavam de meninas, e tudo aquilo me incomodava.
Os anos foram passando e meu ciclo de amizade com meninas foi aumentando, entre elas me sentia mais a vontade e entendia o que falavam, parece que fazia parte do meu mundo, me sentia inserido.
Prince: Você é assumido? Em caso afirmativo, como foi a aceitação de sua família?
Pedro: Sim, me deixa resumir como tudo aconteceu... Não foi nada fácil, poucos meses para completar meus 16 anos, comecei a entrar em depressão, porquê na minha mente estava uma confusão, não me aceitava e tinha medo de não ser aceito por meus pais, medo de decepcioná-los e dos meus amigos se afastarem... Cheguei a pensar, por dias, em suicido (pior parte da minha vida!).
Criei coragem de falar pra duas primas (aquilo me aliviou) e logo em seguida minha mãe pegou em meu celular alguns SMSs de um paquera da época; ela me perguntou pra quem eram, eu tentei mentir, porém não colou, as interrogações eram muitas, foi então que eu respirei fundo e disse: São todas pra mim, mãe! E sim, sou gay. Gosto de meninos!
Lembro-me desta cena como se fosse hoje, ela com os olhos cheios de lágrimas perguntando: É isso que queres pra tua vida? Tu acha que está certo? E o teu pai? O que ele vai achar disso tudo? ... O mundo ia se abrindo aos poucos, porém, meus pais sempre me ensinaram a enfrentar as coisas de cabeça erguida, e assim fiz... Então olhei nos olhos dela e disse: Não era o que queria. Ou acha queria eu nascer assim? Fazer parte deste grupo que é a minoria, tão destratados e humilhados. E não se preocupe, não irei dá motivos pra ele saber e por mim não saberá, afinal antes de tudo sou homem (percebia que o medo dela era de eu me vestir e ter jeitos afeminados).
Depois disso, os primeiros meses foram difíceis entre eu e minha mãe, mas enfim, não durou muito... Falando do hoje, é super tranquilo, nossa relação é boa, faço questão de apresentar as pessoas que me relaciono e dependendo ate trago pra dormir em casa (sim, sou ousado). Minha família me respeita e se orgulha muito de mim, sempre fiz questão de mostrar que orientação sexual não irá mudar caráter de um homem. Ah, e meu pai... Nunca conversamos sobre o assunto.
Prince: Como você vê o mercado de trabalho em relação aos LGBT’s? É um mercado favorável?
Pedro: O mercado de trabalho não está fácil pra gay ou hetero, é preciso batalhar muito, estudar, ter no currículo algum diferencial e sair em busca de uma boa posição. Tirando por mim, trabalho em uma multinacional, tenho um cargo bom e a confiança do meu gestor.
Nunca presenciei nenhum tipo de preconceito no ambiente de trabalho, muito pelo contrário, lá o casal gay tem os mesmos direitos que o hetero (licença casamento, plano de saúde para o parceiro, auxilio creche pra filhos, etc), o que me deixa muito orgulhoso em pertencer à companhia!
Prince: Em algum momento você sofreu algum tipo de preconceito? Em caso afirmativo, qual preconceito?
Pedro: Não.
Prince: Deixe um conselho para aquelas pessoas que estão descobrindo-se.
Pedro: Este momento não é fácil, diria até que pra mim foi um dos piores, mas tenham calma, tudo no seu tempo. Não tenham medo da sua família, eles amam você e estarão ao seu lado, sempre!
Caso estejam com dúvidas, sintomas de depressão ou perdidos em relação à sexualidade, aconselho buscar um grupo LGBT’s, eles estão sempre disponíveis a ajuda-los.
Prince: Deixe um conselho para a sociedade de modo geral.
Pedro: Parem de procurar motivos para criticar o outro, vamos ser felizes e aceitar a diversidade. Não gosta do conteúdo que um seu amigo de redes sociais posta? Exclua-o. Não gosta do conteúdo da TV? Mude de canal. Não quer que seu filho veja conteúdos “errados”, converse com ele ou proíba. É simples!
Como seria ótimo se o mundo seguisse as palavras de Deus: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”.
Prince: Obrigado, Pedro, por seu carinho e atenção para conosco e pela sua coragem em se assumir abertamente, para sua mãe e para nossos leitores! E aguardem, vem novidades dele por aí...
Por enquanto, quem quiser acompanhar o nosso querido Pedro nas redes sociais, é só seguir:
Facebook: Pedro Henrique Mesquita
Instagram: @_pedromesquita
Por hoje é só, pessoal!
Muito obrigado por nos acompanharem! Aos que chegaram agora, muito obrigado também por nos ler! E espero que todos voltem mais vezes...
Abraços e Beijos!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário