quarta-feira, 1 de abril de 2015

Entrevista com Pedro Mesquita

Olá gente linda! Tudo bem com vocês, né?

Pois é, estamos iniciando hoje uma série de entrevistas pra lá de especiais, com pessoas do Brasil inteiro. E o nosso primeiro entrevistado é ele: Pedro Mesquita!

O jovem garoto tem 23 anos, é gay, cursa o 5º período de Jornalismo e reside em São Luis/MA.

Confira a nossa entrevista.

Prince: Conte-nos um pouco da história da sua vida, desde o dia que percebeu sua sexualidade até os dias de hoje.
Pedro: Então, desde criança percebi que não era “igual” aos meus amigos. Eles queriam ficar sempre em grupos compostos apenas por meninos, gostavam de jogar futebol, vídeo games e falavam de meninas, e tudo aquilo me incomodava.
Os anos foram passando e meu ciclo de amizade com meninas foi aumentando, entre elas me sentia mais a vontade e entendia o que falavam, parece que fazia parte do meu mundo, me sentia inserido.

Prince: Você é assumido? Em caso afirmativo, como foi a aceitação de sua família?
Pedro: Sim, me deixa resumir como tudo aconteceu... Não foi nada fácil, poucos meses para completar meus 16 anos, comecei a entrar em depressão, porquê na minha mente estava uma confusão, não me aceitava e tinha medo de não ser aceito por meus pais, medo de decepcioná-los e dos meus amigos se afastarem... Cheguei a pensar, por dias, em suicido (pior parte da minha vida!).
Criei coragem de falar pra duas primas (aquilo me aliviou) e logo em seguida minha mãe pegou em meu celular alguns SMSs de um paquera da época; ela me perguntou pra quem eram, eu tentei mentir, porém não colou, as interrogações eram muitas, foi então que eu respirei fundo e disse: São todas pra mim, mãe! E sim, sou gay. Gosto de meninos!
Lembro-me desta cena como se fosse hoje, ela com os olhos cheios de lágrimas perguntando: É isso que queres pra tua vida? Tu acha que está certo? E o teu pai? O que ele vai achar disso tudo? ... O mundo ia se abrindo aos poucos, porém, meus pais sempre me ensinaram a enfrentar as coisas de cabeça erguida, e assim fiz... Então olhei nos olhos dela e disse: Não era o que queria. Ou acha queria eu nascer assim? Fazer parte deste grupo que é a minoria, tão destratados e humilhados. E não se preocupe, não irei dá motivos pra ele saber e por mim não saberá, afinal antes de tudo sou homem (percebia que o medo dela era de eu me vestir e ter jeitos afeminados).
Depois disso, os primeiros meses foram difíceis entre eu e minha mãe, mas enfim, não durou muito... Falando do hoje, é super tranquilo, nossa relação é boa, faço questão de apresentar as pessoas que me relaciono e dependendo ate trago pra dormir em casa (sim, sou ousado). Minha família me respeita e se orgulha muito de mim, sempre fiz questão de mostrar que orientação sexual não irá mudar caráter de um homem. Ah, e meu pai... Nunca conversamos sobre o assunto.

Prince: Como você vê o mercado de trabalho em relação aos LGBT’s? É um mercado favorável?
Pedro: O mercado de trabalho não está fácil pra gay ou hetero, é preciso batalhar muito, estudar, ter no currículo algum diferencial e sair em busca de uma boa posição. Tirando por mim, trabalho em uma multinacional, tenho um cargo bom e a confiança do meu gestor.
Nunca presenciei nenhum tipo de preconceito no ambiente de trabalho, muito pelo contrário, lá o casal gay tem os mesmos direitos que o hetero (licença casamento, plano de saúde para o parceiro, auxilio creche pra filhos, etc), o que me deixa muito orgulhoso em pertencer à companhia!

Prince: Em algum momento você sofreu algum tipo de preconceito? Em caso afirmativo, qual preconceito?
Pedro: Não.

Prince: Deixe um conselho para aquelas pessoas que estão descobrindo-se.
Pedro: Este momento não é fácil, diria até que pra mim foi um dos piores, mas tenham calma, tudo no seu tempo. Não tenham medo da sua família, eles amam você e estarão ao seu lado, sempre!
Caso estejam com dúvidas, sintomas de depressão ou perdidos em relação à sexualidade, aconselho buscar um grupo LGBT’s, eles estão sempre disponíveis a ajuda-los.

Prince: Deixe um conselho para a sociedade de modo geral.
Pedro: Parem de procurar motivos para criticar o outro, vamos ser felizes e aceitar a diversidade. Não gosta do conteúdo que um seu amigo de redes sociais posta? Exclua-o. Não gosta do conteúdo da TV? Mude de canal. Não quer que seu filho veja conteúdos “errados”, converse com ele ou proíba. É simples!
Como seria ótimo se o mundo seguisse as palavras de Deus: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”.

Prince: Obrigado, Pedro, por seu carinho e atenção para conosco e pela sua coragem em se assumir abertamente, para sua mãe e para nossos leitores! E aguardem, vem novidades dele por aí...
Por enquanto, quem quiser acompanhar o nosso querido Pedro nas redes sociais, é só seguir:
Instagram: @_pedromesquita

Por hoje é só, pessoal! 
Muito obrigado por nos acompanharem! Aos que chegaram agora, muito obrigado também por nos ler! E espero que todos voltem mais vezes...
Abraços e Beijos!!!

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